Temas de Educação
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022
Carta ao novo MCTES
quarta-feira, 22 de dezembro de 2021
A Ciência no nosso dia-a-dia
2. https://www.ft.com/content/a2901ce8-5eb7-4633-b89c-cbdf5b386938
3. Número de vítimas confirmadas diariamente (média de 7 dias) por milhão de habitantes, [Johns Hopkins University CSSE COVID-19, https://ourworldindata.org/coronavirus#coronavirus-country-profiles
segunda-feira, 13 de dezembro de 2021
O ensino superior privado aos 30 anos
quarta-feira, 10 de novembro de 2021
A educação em tempos de COVID
[iii] Adji, C., Réussite aux examens post-Covid : des résultats trop beaux pour être vrais ?, https://theconversation.com/reussite-aux-examens-post-covid-des-resultats-trop-beaux-pour-etre-vrais-142738
terça-feira, 26 de outubro de 2021
Manuel João Monte, autor dialógico
Virgínia Lobo: Proponho então um brinde. Viva a liberdade!
Sensata da Mata: ... o principal problema do mundo moderno é que “os estúpidos são presunçosos e os inteligentes estão cheios de dúvidas”!
[MJM, Que Coisa é o Mundo, p.161]
Assim termina a terceira e mais recente peça de João Monte com o título “Que coisa é o mundo”, esta em colaboração com a Sofia Miguens, filósofa da nossa Faculdade de Letras.
Os autores vão buscar esta citação a Bertrand Russell que, em 1933 escreveu um ensaio intitulado “The Triumph of Stupidity” lamentando a ascensão do Nazismo alemão. Na versão literal de Russell: The fundamental cause of the trouble is that in the modern world the stupid are cocksure while the intelligent are full of doubt. Even those of the intelligent who believe that they have a nostrum are too individualistic to combine with other intelligent men from whom they differ on minor points. Esta observação de Russell é ainda muito verdadeira hoje, demasiado verdadeira. Será da natureza humana, uma verdade de sempre. É também o culminar, a síntese desta mais recente obra de João Monte.Mas, vamos ao princípio. Como é possível estarmos aqui a celebrar um Químico como autor teatral? Não é caso único e temos de acrescentar o nosso homenageado a uma longa lista de Químicos que se distinguiram nas artes e humanidades, desde a literatura à música. A lista é longa, mas é extremamente minoritária. Daí a homenagem ser muito bem justificada.
No caso do João, julgo não cometer uma inconfidência em ligar a sua inspiração e a sua motivação a Carl Djerassi (Viena, 1923 – São Francisco, 2015). Não será uma inconfidência grave e creio que é muitíssimo honrosa.
Djerassi nasceu em Viena, em 1923, filho de médicos, um dermatologista e uma dentista. Ambos judeus. Logo depois do Anschluss fugiu com a família para a Bulgária e depois para os Estados Unidos. Estudou Química no Kenyon College, Ohio, com um percurso de liberal Arts. (Em aparte, diga-se que nos falta em Portugal esta tradição de ensino superior integral, com um percurso abrangente, desde as humanidades às ciências, mas sem deixar de ser muito ambicioso, dando uma base sólida para o que o jovem estudante quiser fazer da vida.) Depois doutorou-se na Universidade de Wisconsin, em Madison. Trabalhou na Syntex em 1949-51, então na Cidade do México, onde criou a síntese do que viria a ser o primeiro contracetivo oral. Seguiu uma carreira científica em universidades e empresas, terminando em Stanford, o culminar do seu enorme sucesso. Mas aquela síntese da sua juventude parece ter sido o que lhe deu muito dinheiro e muita liberdade na vida adulta mais tardia.
Para o João, Djerassi mostrou-lhe a ligação entre a Química e o Teatro. Iniciado pela tradução do Oxigénio de Djerassi, para o Seiva Trupe, ganhou a autonomia de Autor de Teatro em 2019, com o Ano Internacional da Tabela Periódica (nos 150 anos da proposta inicial do Químico russo Dmitri Mendeleev, 1834-1907). Eu tinha sido escolhido pela Sociedade Portuguesa de Química como Comissário Nacional das comemorações. O João trabalhava no mesmo corredor, eu na metade limpa – só lá há computadores; ele na parte molhada, com máquinas estranhas, algumas construídas com os seus estudantes de doutoramento. Só o autor dirá de onde lhe veio a exatamente a inspiração.
Mas foi por aí, foi nesse corredor que o tradutor e consultor do Seiva Trupe se transformou em autor num notável trabalho contrarrelógio: estávamos já em princípios de 2019 e as comemorações iriam decorrer ao longo da primavera com eventos secundários depois do verão. O João entusiasmou-se e conseguiu transformar um tema aparentemente tão árido numa história cativante que entusiasmou graúdos e miúdos e foi levada à cena em Lisboa, Coimbra e Porto, entre setembro e outubro. E se não subiu à cena em maio foi porque não havia salas livres! O autor cumpriu os prazos; com grande empenho, a companhia conseguia os atores e o tempo para os ensaios; surpreendentemente, só no outono conseguimos salas e, mesmo aí, as diligências que o permitiram não foram fáceis. Com o “Bairro”, os teatros estiveram cheios! O público pediu o prolongamento das apresentações! Não conseguimos...
Para os menos iniciados nas ciências, devo explicar que a Tabela Periódica é um pequeno quadro onde estão arrumados os 92 elementos naturais (existentes na Terra e em todo o Universo) e onde também encaixam os elementos artificiais, produzidos em laboratório. Esta tabela está presente em todos os laboratórios e locais de trabalho dos químicos e também de físicos e geólogos. A posição do elemento naquele quadro dá muita informação imediata sobre as suas propriedades e reatividade. No Bairro, o autor dá personalidade quase química a vários elementos que são personificados como condóminos algo irrequietos no edifício de Mendeleev. O Bairro da Tabela Periódica foi o ponto alto das comemorações do Ano Internacional em Portugal e isso foi bem compreendido, não só por mim, mas também pela direção nacional da Sociedade Portuguesa de Química, mesmo pelos colegas do Instituto Superior Técnico... Tenho esperança que uma versão russa venha a ter igual sucesso na pátria de Mendeleev.
O sucesso do Bairro levou o autor a criar o “Arsenicum”, mantendo o estilo, mas dirigindo-se a outro público e aprofundando a trama e o seu significado para a história da Química. Com uma boa dose de Química, mas servida em baixela de prata, o autor conta a história apaixonante do envenenamento por arsénio, especialmente a “moda” gerada pelo arsénio barato que apareceu no mercado como subproduto de processos industriais em finais do século XVIII. O que fora um veneno de reis passou a ser um económico substituto dos gatos no controlo de ratos e criou oportunidades perversas para a gente comum. O João constrói uma história divertida e muito informativa pela verdade histórica de fundo e pelo toque de Química que perpassa todo o texto. Mas, não se preocupe o menos sensível à ciência, porque vai encontrar apenas uma história movimentada e divertida. Quase um thriller que prenderá o leitor desde as primeiras cenas.
Não tenho coragem de dizer há quantos anos conheço o João! Sempre discreto, mas interessado na vida da Universidade e em muitas coisas mais. Um verdadeiro praticante da dúvida cartesiana, sempre disponível para pisar novos territórios. Sempre respeitador das hierarquias e dos “usos e costumes”, mas muito longe do seguidor acrítico. Inovador e disponível para correr o risco. Sereno no seu caminho, mas intranquilo na busca do destino. Bom colega, bom amigo!
Estacionou na Química, mas nunca ficou por ali parado. A música, a arte, a filosofia nunca foram territórios ignotos. Soube criar pontes com gente de todas estas áreas. Soube discutir, criticar e construir. Guardou para mais tarde e veia de autor que agora, em muito pouco tempo nos presenteia com três obras de um mesmo formato, mas com tema e objetivos muito diferentes. Com uma intenção pedagógica, mas interessando um público generalista que não sentirá o lado pedagógico embora saia da leitura com um conhecimento enriquecido e um conhecimento seguro. Não há aqui “factos alternativos”. Os problemas e as dificuldades são atacados de frente sem omissão nem ficção. Ficção é o enredo, mas o leitor distinguirá facilmente o que o autor criou para o divertir e prender do que ali está com a segurança do conhecimento atual e à época da trama.
Esteve bem Matosinhos ao preparar esta homenagem a um seu cidadão único.
Matosinhos, 14 de outubro de 2021, Homenagem a M. J. Monte
sexta-feira, 15 de outubro de 2021
Posse como Reitor da Universidade da Maia
É para mim uma grande honra estar aqui nesta cerimónia que transcende uma simples posse para significar o reconhecimento de 30 anos de trabalho e o desenvolvimento de um sonho que culminou anteontem na publicação em Diário da República do Decreto-lei de criação da Universidade da Maia. Não fui parte deste processo. Acompanhei-o a distância com um profundo respeito pelo trabalho sério e seguro que ia sendo feito. E digo isto com o firme sentimento de que não poderia usar estas palavras em muitas outras instituições. Por estes 30 anos de trabalho e aos protagonistas que imaginaram e depois concretizaram o sonho inicial, uma palavra singela de PARABÉNS. É tempo de passar a uma coisa menor que é a minha posse como reitor do Instituto Universitário que inicia o processo de conversão em UNIVERSIDADE DA MAIA. E tenho de começar por agradecer o convite, agradecer à Maiêutica, na pessoa do Professor Domingos Oliveira Silva, a confiança que me demonstrou. Confiança, certamente com um sentimento de risco calculado. É este risco que eu hoje partilho convosco ao aceitar ser empossado como reitor de uma instituição que quase desconheço, para uma função em que não fui testado. Tenho bastante consciência das minhas limitações e do desafio que me é lançado.
Liderar uma universidade seria sempre um grande desafio. Liderar uma nova universidade num quadro regulatório em constante mudança e num ambiente social de grande incerteza é um desafio enorme que vai obrigar a muito trabalho e muita disponibilidade para nos adaptarmos a novas situações. Sinto a responsabilidade de responder às expectativas da Maiêutica (mesmo que não expressas de forma explícita), mas também de responder às expectativas de todos os que colaboram e contribuem diariamente para o sucesso desta instituição, professores, investigadores e funcionários não docentes. Porventura, a maior responsabilidade é garantir uma experiência educativa bem sucedida aos estudantes que hoje nos procuram, mas também garantir que todos os nossos antigos estudantes e graduados se sentem honrados por terem aqui estudado e sentirem que a marca ISMAI é cada vez mais valorizada no seu percurso profissional.
Tomo como meu grande objetivo a consolidação da Universidade da Maia como uma instituição de prestígio académico e profissional para servir os jovens do concelho da Maia e de toda a região norte e do país; capaz de atrair estudantes estrangeiros interessados em prosseguir um percurso de educação superior em português; capaz de criar uma oferta de ensino superior para adultos ativos nas suas áreas de especialização; e tudo isto com uma atividade de investigação dentro do Campus que sirva de suporte e de justificação formal dos seus cursos conferentes de grau. Esta é a minha interpretação do mandato que me é concedido hoje pela Maiêutica. Conto com a colaboração próxima da Direção da Maiêutica e prometo a minha dedicação aos nossos objetivos comuns, respeitando as esferas de autonomia próprias.
Aos professores que aceitaram participar comigo no Conselho de Gestão agora empossado, o meu agradecimento antecipado. Conto com a vossa ajuda para me integrar rapidamente na cultura do Instituto Universitário, agora Universidade da Maia. Conto com o vosso trabalho dedicado aos grandes objetivos. Daqui a 3 anos, mediremos o nosso sucesso pelos pequenos passos que possamos ter dado no sentido de que a Universidade da Maia seja reconhecida e valorizada como plataforma de realização pessoal de todos os parceiros interessados, desde os cooperantes, aos professores, aos funcionários não docentes e, muito especialmente, aos estudantes e graduados.
Tomo este convite com resultado da decisão bem refletida de que chegara o momento de ter uma gestão profissional. Que a instituição crescera e que o seu desenvolvimento futuro precisava agora de uma maior autonomia em relação aos seus criadores. Em qualquer organização familiar, esta é uma passagem necessária, mas sempre com sentimentos contraditórios e muitas dúvidas. Certamente, terá de ser acompanhada, mas com o distanciamento suficiente para que novas estratégias possam ser desenvolvidas e plenamente testadas. Ciente desta realidade, espero poder encaixar no projeto nesta fase de plena maturação.
Sei que tenho perante mim o enorme desafio de liderar uma instituição em transformação. Sei que o meu sucesso depende de rapidamente sentir como meu o pulsar da Universidade da Maia e dos seus parceiros. Sei que a Maiêutica terá avaliado o risco deste convite. Espero poder ganhar a vossa confiança e ultrapassar as vossas expectativas, mas sei que vamos ter momentos mais difíceis que saberemos ultrapassar no sentido de encontrar o melhor caminho para uma instituição que existe em função do serviço educacional que presta e em função do sucesso dos seus graduados.
Maia, 23 de julho de 2021
quinta-feira, 5 de agosto de 2021
Pandemia educativa
Estamos em tempo de pandemia viral e qualquer outro tema é remetido para as páginas secundárias. Muitas decisões são tomadas na expectativa de que o escrutínio esteja confinado. A nossa educação básica, secundária e superior tem sido vítima desta oportunidade. Não morreu do vírus (que os professores combateram com o denodo possível) mas tem sangrado com os tratamentos sempre bem-intencionados. O contágio viral atinge toda a gente, mas escolhe os mais frágeis para vítima. Também na educação, os tratamentos benévolos atingem todos, mas são os jovens mais frágeis que vão carregar as piores sequelas.
Foco-me apenas em alguns exemplos do facilitismo que, a título de proteção dos mais frágeis, lhes vai de facto barrar as expectativas de promoção social. As estatísticas podem melhorar, mas serão esses a carregar a frustração de não verem o seu mérito e o seu trabalho recompensado mais tarde. As sociedades modernas usam a certificação educativa como título de acesso a muitas profissões e aos consequentes benefícios sociais, culturais e sanitários, mas as velhas redes familiares e sociais mantêm um peso significativo. Todas as medidas que desvalorizem a certificação educativa deixam as ligações sociais como fator primeiro. Quando faltem as boas relações e a oportunidade de uma boa “cunha”, resta a frustração do subemprego ou da emigração. O Público tem relatado casos exemplares desta realidade. Estamos pior que no ancien régime, porque agora são criadas fortes expectativas que vão ser frustradas. Assinalemos os efeitos do facilitismo de programas e de exames (ou falta deles) no ensino básico e secundário e, no superior, o reforço das carreiras docentes endogâmicas, dispensando a mobilidade e a competição.
No ensino básico e secundário, este descalabro começou em 2016 e atingiu o auge a coberto da pandemia. Programas muito encurtados, exames facilitados ou eliminados e, contudo, progredimos agora mais lentamente do que nos anos anteriores na redução do abandono escolar precoce. Em relação ao ensino secundário, estas medidas referem-se à via científico-humanística porque das vias profissionalizantes não se fala nem se procura consolidar um trabalho iniciado há escassos 20 anos com grande esforço dos professores (que tiveram de se adaptar a uma nova população escolar), mas com a quase ausência de orientações e de avaliação dos resultados.
O acesso ao ensino superior é um pastel de vias bastante opacas que só são corrigidas quando algum escândalo chega às primeiras páginas e quando são atingidos os candidatos com voz mais forte, normalmente em busca da medicina. Para o público, o acesso faz-se por um Concurso Nacional que foi sendo afinado progressivamente ao longo de décadas, mas sem nunca conseguir ter exames aferidos para comparação interanual. As outras vias são apenas conhecidas dos grupos interessados e nunca avaliadas. As instituições de ensino superior são formalmente responsáveis pelo acesso, mas há muito desistiram de ter voz depois de conhecerem a dificuldade do processo nos idos de 1990. O sistema merecia uma limpeza. Em lugar disso, têm sido abertas novas vias para satisfazer grupos de interesse ou “grandes desígnios”, mesmo que o resultado provável seja muito diferente. A inovação mais recente foi a anunciada abertura de 500 vagas (em 2022, subindo para mil em 2023 e duas mil em 2025) para alunos de escolas TEIP (Territórios Educativos de Intervenção Prioritária) com a justificação de assim aumentar a participação no ensino superior de jovens oriundos de ambientes desfavorecidos e de grupos étnicos minoritários. Entramos no terreno escorregadio das discriminações positivas e esta não vai ser menos controversa do que outras testadas em alguns países. O desígnio assumido é muito nobre, mas é também o mais fácil. Em alternativa teria de se trabalhar um pouco mais com esses alunos em TEIP. Infelizmente, a proposta surge depois de estudos que poem em dúvida os ganhos no desempenho destes alunos em comparação com os de outras escolas e sabendo-se por um relatório da OCDE que perto de 20% destes alunos são oriundos da metade mais favorecida da nossa sociedade. Naturalmente, serão estes os principais beneficiários da nova via criando-se uma nova injustiça quando se clama por maior justiça.
Com menores efeitos imediatos, mas um erro mais clamoroso são as alterações aos estatutos das carreiras docentes do ensino superior para as tornar mais endogâmicas. Durante cinquenta anos lastimamos o imobilismo e a consequente endogamia dos nossos professores. Todos concordavam com a mediocridade assim protegida, mas explicava-se pelos fortes laços familiares que ainda se mantinham e pela dificuldade de mudar de residência muitas vezes adquirida com empréstimos a longo prazo. Em lugar de induzir uma maior mobilidade, pelo menos em algumas fases da carreira, o Governo abre agora a porta a que um jovem entre para a licenciatura numa instituição e dali saia cinquenta anos depois reformado como professor catedrático sem nunca se confrontar com outra cultura e sem partilhar o que ali aprendeu com outras pessoas noutras instituições. De facto, a maioria dos doutorandos mantêm-se no local e até com o mesmo professor com quem terminaram o mestrado. Em pós-doutoramento, é aliciante manter-se no mesmo grupo para ser ali mais produtivo, ainda que menos inovador. Entrado na roleta dos contratos de investigador, a proteção de um docente-investigador sénior é a melhor garantia de sucesso, muitas vezes o orientador de doutoramento. Se já mostrou a sua dedicação à casa, porque não deverá ser preferido num concurso dito internacional para professor auxiliar quando a sorte chegar e um lugar for aberto no local onde nasceu para o conhecimento. Depois disso, fica agora aberta a via rápida para exercer os seus direitos a promoção por antiguidade ou quase. E a reforma chegará em breve.
Uma bazuca, das verdadeiras, teria efeitos mais rápidos e mais visíveis, mas estas intervenções furtivas serão talvez mais eficazes a aumentar a enorme frustração dos nossos jovens diplomados destinados à cauda desta nossa Europa.
José Ferreira Gomes, Reitor da Universidade da Maia
Publicado no jornal Público em 5 de agosto de 2021